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Bloqueio, prisões e deportações na Marcha Global para Gaza

A intenção inicial da marcha é chegar a Arish, na Península do Sinai, e, de lá, seguir a pé até a fronteira com a Faixa de Gaza, para acampar por três dias e pressionar as autoridades a abrirem a agem.

13 de junho de 2025, às 17h27

Surpreendidos pelo bloqueio armado pelas autoridades egípcias nesta sexta-eira (13), no caminho do Cairo para a cidade de Ismailiya, etapa para Arish, na Península do Sinai, participantes da Marcha Global para Gaza acabaram retidos em um congestionamento monstro enquanto aportes eram apreendidos por policiais. 

Integrantes da iniciativa mundial que reune ativistas de mais de 40 países, voltada a forçar a travessia para Gaza, os brasileiros Mohamad El Kadri, do Fórum Latino Palestino, e os militantes da Conlutas, Fábio Bosco, Magno de Carvalho e Herbert Claros, foram barrados juntamente com centenas de ativistas no Posto de Controle entre o Cairo e a cidade de Ismailiya. 

Fábio Bosco, que envia boletins diários para o MEMO, informa que a operação, no entanto, não conseguiu barrar parte da marcha, que já havia ultraado a barreira antes da operação dos agentes. O trecho era percorrido de carro e ônibus, com agem obrigatória pelo posto de controle local, onde agentes egípcios exigiam a entrega dos documentos de viagem. A delegação brasileira conta que, para recebê-los de volta, era preciso fazer o retorno e retirá-los no sentido contrário da rodovia, já de volta para o Cairo. A estratégia obrigou participantes da marcha a um recuo, à espera de novas informações da organização.

Antes dessa etapa, cerca de 200 pessoas que chegavam ao Cairo foram detidas ou deportadas. De acordo com organizadores,  agentes de segurança egípcios à paisana prenderam ativistas nos hotéis onde estavam hospedados, os interrogaram e, em alguns casos, confiscaram seus celulares. “Alguns foram libertados, enquanto outros permanecem detidos”, acrescentaram.

Os organizadores confirmaram em um comunicado que sua equipe jurídica está monitorando esses casos, observando que “cumpriram todas as exigências legais impostas pelas autoridades egípcias”.

A intenção inicial da marcha é chegar a Arish, na Península do Sinai, e, de lá, seguir a pé até a fronteira com a Faixa de Gaza, para acampar por três dias e pressionar as autoridades a abrirem a agem.

A delegação brasileira diz que o bloqueio à marcha torna explícita a cumplicidade do Egito com Israel no cerco à Gaza e no genocídio, uma vez que somente a pressão internacional tem força para fazer cessar os ataques ao povo palestino e assegurar seu direito à terra histórica. 

Retidos no Cairo, os ativistas aguardam as próximas orientações da organização da marcha.

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