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Israel mata 51 palestinos em Gaza, incluindo dezenas à espera de alimentos

11 de junho de 2025, às 13h51

Palestinos lamentam seus mortos após ataques israelenses a um centro assistencial, no Hospital Nasser de Khan Yunis, em Gaza, em 11 de junho de 2025 [Hani Alshae/Agência Anadolu]

O exército israelense matou nesta quarta-feira (11) outros 51 civis palestinos em áreas diversas da Faixa de Gaza sitiada, incluindo 34 pessoas que aguardavam assistência, de acordo com fontes médicas em contato com a agência Anadolu.

Segundo um relato, vinte e cinco pessoas foram assassinadas após soldados israelenses abrirem fogo contra uma multidão que esperava em fila ajuda humanitária, próximo ao chamado Corredor Netzarim, ao sul da Cidade de Gaza.

Nove outras pessoas foram baleadas e mortas por forças da ocupação em Rafah, no sul do enclave, também à espera de alimento em um centro de distribuição instituído em parceria israelo-americana.

Segundo estimativas in loco, ao menos 160 palestinos que buscavam assistência foram executados, além de 1.500 feridos, por disparos israelenses em Gaza desde 27 de maio, sob o mecanismo da chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF).

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O sistema é denunciado há semanas como instrumento de extermínio por especialistas e organizações internacionais, incluindo peritos das Nações Unidas.

Neste entremeio, a Defesa Civil de Gaza reportou resgate de 11 corpos na madrugada, após ataques aéreos israelense em todo o território.

Duas pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas por um bombardeio contra civis em Deir al-Balah, na região central, além de quatro mortos por um drone que alvejou tendas de deslocados internos em Khan Yunis, ao sul.

Israel mantém seu genocídio em Gaza desde outubro de 2023, com 55 mil mortos, 130 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob fome catastrófica. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, deferiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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