A Anistia Internacional condenou nesta segunda-feira (9) a interceptação israelense do barco humanitário Madleen, da Flotilha da Liberdade, pelo fim do cerco a Gaza, como uma “violação da lei internacional”.
“O Madleen buscava levar assistência humanitária na tentativa de romper o cerco ilegal de Israel contra a Faixa de Gaza ocupada”, comentou Agnes Callamard, secretária-geral da Anistia na rede social X (Twitter). “A interceptação viola a lei internacional”.
Soldados israelenses invadiram o barco às 03h00 do horário do Cairo (21h de Brasília) e detiveram sua tripulação. O barco partiu da Sicília em 1º de junho, carregado de bens humanitários, como comida, remédios e fórmula para bebês e crianças.
Callamard reiterou que Israel, como potência ocupante, tem obrigação legal de garantir que civis em Gaza tenha o a alimento e medicamentos. “Deveriam ter deixado o Madleen entregar seus insumos a Gaza”, acrescentou.
Callamard notou ainda medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) em Haia por fluxo humanitário a Gaza, de janeiro de 2024, quando deferiu também o caso de genocídio sul-africano contra o Estado israelense.
“De acordo com as ordens legalmente vinculativas da corte, Israel deve suspender seu cerco imediatamente, facilitar a provisão de assistência humanitária a todo o território e permitir o o de missões de checagem internacionais ao enclave”, reiterou.
Para Callamard: “Há um genocídio em curso. Ocupação militar e apartheid. Palestinos em Gaza estão morrendo de fome. Trabalhadores humanitários viraram alvos. A ajuda permanece embargada”.
Um total de 12 pessoas estavam a bordo do Madlee, incluindo 11 ativistas e o repórter da Al Jazeera Omar Faiada.
Entre os ativistas detidos, o brasileiro Thiago Ávila e a sueca Greta Thunberg, além da eurodeputada Rima Hassan. Integram ainda a missão Yasemin Acar (Alemanha), Yanis Mhamdi, Baptiste Andre, Pascal Maurieras e Reva Viard (França), Marco van Rennes (Holanda), Sergio Toribio (Espanha) e Suayb Ordu (Turquia).
Israel mantém fechamento absoluto de Gaza há ao menos três meses, à medida que os 2.4 milhões de palestinos no enclave vivem uma catástrofe de fome segundo copiosos alertas internacionais.
Em Gaza, são 55 mil mortos e dois milhões de desabrigados pelas ações israelenses — em maioria, mulheres e crianças.
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