A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou nesta quarta-feira (4) que todos os hospitais no norte de Gaza estão inoperantes devido às operações militares de Israel, à medida que remessas assistenciais permanecem obstruídas pela ocupação.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Nossos colegas em campo nos reportaram que os números recentes indicam que, nas últimas três semanas, ao menos cem mil pessoas foram forçadas a deixar as províncias no norte de Gaza e [Cidade de] Gaza”, destacou Stephane Dujarric, porta-voz da ONU, em coletiva de imprensa.
Fontes, reiterou Dujarric, alertaram que instalações seguem “pesadamente impactadas pelas hostilidades em curso”, com suspensões de serviço em escala diária.
“Na segunda-feira [2], as equipes e pacientes remanescentes do Hospital Indonésio, no norte de Gaza foram evacuados”, corroborou. “Como resultado, nem um único hospital permanece funcional no norte de Gaza”.
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Dujarric insistiu que a ONU mantém esforços para entregar assistência via travessia de Karem Shalom, controlada por Tel Aviv: “Encaminhamos, hoje, mais de 130 cargas pré-aprovadas para segundo e último aval de Israel, mas apenas 50 delas, com farinha, de fato foram autorizadas”.
“Uma tentativa teve o negado por completo, outra conseguiu levar não mais que uma dezena de caminhões”, lamentou o porta-voz, ao notar que menos de 400 cargas foram distribuídas desde a recente reabertura da fronteira.
Equipes da ONU receberam seis negativas em toda Gaza na segunda, incluindo água e combustível, acrescentou. Para Dujarric, as recusas israelenses impedem a organização de “conduzir intervenções tão críticas como caminhões-pipa”.
Ao citar o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Dujarric alertou que, sem distribuição imediata de em a Gaza, “outros serviços críticos terão, cada vez mais, suas operações suspensas”.
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