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‘Funcionários humanitários’ em Gaza são agentes de inteligência dos EUA envolvidos em espionagem, alerta grupo de direitos humanos

4 de junho de 2025, às 12h14

Palestinos, incluindo mulheres e crianças que vivem em tendas, recebem alimentos distribuídos por organizações humanitárias no distrito de Al Mawasi, em Khan Yunis, Gaza, em 30 de maio de 2025. [Ahmed Jihad Ibrahim Al-arini – Agência Anadolu]

Funcionários que trabalham para a Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada pelos EUA, são afiliados às forças armadas e aos serviços de inteligência americanos, alertou a Coalizão de Advogados pela Palestina – Suíça (ASAP).

O grupo afirmou que a GHF está realizando uma missão com o objetivo de coletar dados que permitam o controle de Gaza.

Majed Abusalama, líder da coalizão, escreveu ontem no Facebook: “A fundação está trabalhando com uma empresa de segurança chamada Safe Reach Solutions, que está contratando um grande número de militares americanos, soldados aposentados e especialistas em inteligência visual e segurança. Eles estão sendo contratados com contratos renováveis ​​de três a seis meses, com um salário diário de US$ 1.000, para coletar dados destinados à gestão ou controle de Gaza, bem como facilitar a distribuição de ajuda humanitária.”

Abusalama acrescentou que, quando os moradores chegam aos locais de distribuição de ajuda, “a população de Gaza fica chocada com a quantidade de quadricópteros, outros tipos de drones e unidades de vigilância instaladas na área, especialmente em Rafah.”

Ele disse que um dos principais objetivos da empresa é “estudar de perto o comportamento e as reações da população exausta e coletar dados biométricos e identidades digitais abrangentes de um grande número de moradores de Gaza.”

Ele explicou que a empresa visa processar esses dados visuais para identificar pessoas que Israel alega serem de interesse.

Abusalama também destacou que muitos funcionários da fundação têm vasta experiência em análise de inteligência visual, operando na linha de frente e conduzindo missões de segurança de campo dentro de Gaza. Ele afirmou que eles também são responsáveis ​​por “garantir que nenhum palestino armado entre nos locais de distribuição de ajuda”.

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