Israel continua bloqueando a entrada de mais de 3.000 caminhões de ajuda médica em Gaza, agravando uma situação humanitária já catastrófica, disse uma autoridade de saúde sênior no domingo, segundo a Anadolu.
Munir al-Bursh, Diretor-Geral do Ministério da Saúde de Gaza, disse que os hospitais no enclave estão enfrentando condições “catastróficas” devido à grave escassez de medicamentos e suprimentos médicos.
Ele afirmou que as autoridades israelenses estão bloqueando a entrada de cerca de 3.000 caminhões com equipamentos essenciais de saúde, vindos da cidade egípcia de Arish, em Gaza.
“A proibição contínua da ocupação à entrada de medicamentos e vacinas contribuiu para a disseminação de doenças infecciosas e epidemias”, acrescentou Bursh em um comunicado.
Ele observou um aumento acentuado nos casos de diarreia aguda, meningite e outras crises de saúde em Gaza, agravados pelo colapso da segurança hídrica, com 90% da população de Gaza sofrendo agora com a falta de o à água potável.
Bursh também criticou o mecanismo de distribuição de ajuda recém-introduzido por Israel, descrevendo-o como uma ferramenta de “matança em massa e deslocamento forçado”.
Pelo menos 49 palestinos foram mortos, e mais de 300 outros, em ataques israelenses contra civis que buscavam ajuda humanitária em Gaza desde 27 de maio, segundo a assessoria de imprensa do governo.
O bloqueio israelense a Gaza criou uma situação de fome provocada pelo homem, segundo a ONU. Com as travessias de fronteira efetivamente fechadas para ajuda humanitária por mais de 90 dias, os 2,4 milhões de habitantes de Gaza mergulharam na fome.
Rejeitando os apelos internacionais por um cessar-fogo, Israel realiza uma ofensiva devastadora em Gaza desde outubro de 2023, matando mais de 54.400 palestinos, a maioria mulheres e crianças. Agências humanitárias alertaram sobre o risco de fome entre a população do enclave.
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